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Entre livros: bibliotecária conta como é o trabalho e o dia a dia de sua profissão
LITERATURA - Maraléia Menezes é a única servidora municipal desta área na Prefeitura
“Ler é sinônimo de liberdade”. Esta é a opinião da bibliotecária Maraléia Menezes, que cuida há 10 anos com muito zelo e carinho dos cerca de 50 mil exemplares, entre livros, revistas e jornais, da Biblioteca Municipal Poeta Paulo Bomfim, em Itanhaém. A funcionária é a única servidora municipal desta área na Prefeitura e orgulha-se da profissão na qual se formou há 15 anos.
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Não há faculdade de biblioteconomia na Baixada Santista, apenas em São Paulo e no interior, e foi na capital que a profissional estudou antes de se mudar para a segunda Cidade mais antiga do país. “Meus pais já moravam aqui e vim para cá residir com eles. Encontrei na Biblioteca Municipal um local excelente para trabalhar”, destaca.
Em São Paulo, Léia, como é mais conhecida, trabalhou em diversos locais na área da biblioteconomia, como o jornal Folha de São Paulo e escritórios de advocacia. “Esta profissão tem como perfil organizar, ser prestativa, querer retribuir. Eu gosto de ajudar as pessoas a encontrar informações, atender às pesquisas e tudo isso eu faço aqui na biblioteca”.
Enganam-se quem pensa que esta foi a primeira faculdade que ela cursou. Antes, chegou a frequentar as aulas do curso de Desenho Industrial, pois trabalhava no setor de engenharia de uma empresa, mas viu que estava infeliz nas aulas e no quarto ano da faculdade decidiu deixar o curso. “Então comecei a ler a revista ‘Guia de Profissões’ e ali descobri a biblioteconomia, uma faculdade que eu nem sabia que existia, e resolvi me aventurar”.
Léia começou a ler muito cedo. Aos 4 anos, já estava alfabetizada e o primeiro livro ela não esquece: ganhou do pai e, desde aquele dia, descobriu o amor pela literatura. “Frequentei muito sebo porque não sabia que havia um local onde as pessoas poderiam obter livros gratuitos. Por isso, eu enfatizo sempre para as pessoas a importância da biblioteca pública”. Ela já leu mais de mil livros de vários gêneros como poesia, romance, mistério, contos. “Mas o que eu gosto mesmo são livros técnicos como psicologia, filosofia, sociologia e história”, enfatiza.
Nestes dez anos, ela se lembra de várias pessoas que passaram pelo local, mas algumas marcaram sua passagem. “A gente fica amigo das pessoas. Tinha alguns alunos da Escola Benedito Calixto que sempre vinham aqui emprestar os livros e aproveitávamos para conversar, então entraram na fase do vestibular. Interessante que três deles foram estudar na área: um foi fazer História, a outra fez Letras e uma das jovens me surpreendeu quando disse que ia fazer Biblioteconomia. Fiquei admirada de alguém sair de Itanhaém e ir para outra cidade fazer este curso”.
De acordo com a bibliotecária, já se passaram dez anos deste caso e hoje esta garota faz mestrado na área. “Eles sempre vêm nas férias e contam como está a vida. Foi muito bom ver o amadurecimento deles. O que nos une é a literatura, onde nos vemos começamos a falar da vida e o assunto sempre termina em livros”, conta em meio a risos.
Léia acredita que a era digital não vai acabar com a paixão das pessoas pelos livros. Segundo ela, o papel social de uma biblioteca pública, por exemplo, não deixará de existir até porque existem os e-books e audiolivro. “O leitor gosta do papel, e isso não o dispersa. Ele está ali lendo o livro e aquele momento é só para aquela atividade, nada vai tirar a sua atenção”, conclui.
Palavras-chave: biblioteca, cultura, literatura
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