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Programa Amamentar: mães de peito, um ato que salva vidas
CESCRIM - A Secretaria Municipal de Saúde desenvolve há anos um programa que incentiva, apoia e orienta as mulheres sobre os benefícios da amamentação
Doar leite materno pode ser considerado um ato de amor. No caso das mães, uma ação que vai além da gratidão, salva vidas. Elissana Cristina de Lima Mariano e Rosângela de Oliveira Santos têm um elo em comum que fortalece o vínculo que elas nem imaginavam existir: são mães de recém-nascidos e compartilham o mesmo leite, intermediado pelo Centro Especializado na Saúde da Criança e da Mulher (Cescrim) Paula Vegas, de Itanhaém.
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Elissana, de 36 anos, é professora de Matemática da rede estadual e teve seu segundo filho. Davi Emanuel de Lima Mariano, de três meses de vida, nasceu de 35 semanas, um mês antes do esperado e com o peso inferior ao adequado. O menino precisou de um complemento alimentar para atingir três quilos e, assim, ser imunizado com as vacinas recomendadas para a sua idade. “Ele chegou a ter 1,9kg, ou seja, perdia e ganhava peso com facilidade. Percebi naquele momento que tinha um grande problema”, conta ela, ao lembrar-se da situação.
Quando decidiu procurar o Cescrim, a professora foi orientada pela médica a ficar em observação no local para que os profissionais analisassem a amamentação do menino. Davi passou a receber toda semana recipientes de vidro de 150 ml cada, com leite doado por mães cadastradas no posto de coleta. O leite materno é rico em proteínas, gorduras e vitaminas, essenciais aos bebês em seus primeiros meses de vida. Isso sem falar que a prática de amamentar tem enorme apelo emocional e fortalece o laço entre mãe e filho.
“O leite vale mais que ouro, é imprescindível para o desenvolvimento do bebê, salva vidas. Serei sempre grata pelo que fizeram pelo meu filho. No nascimento da minha primeira filha, eu doei. Hoje, é ele quem recebe o leite de outra mãe”, agradece a professora ao conhecer Rosângela de Oliveira Santos, uma das doadoras.
Elas não são amigas, mas sabem que a partir de agora terão um forte elo para o resto de suas vidas. É o que pensa a manicure de 32 anos, mãe do menino Felipe Oliveira Lima, de três meses. Rosângela também passou por dificuldades. Isso porque após vinte dias do parto, ela teve mastite, inflamação nas glândulas mamárias, comum em mulheres durante os seis primeiros meses de amamentação. Em busca de ajuda, conheceu os serviços do Cescrim.
“No início, procurei porque precisava me curar das dores nos seios que estavam vermelhos e com secreção, por causa da infecção. Fiquei apavorada com a situação e, principalmente, com a possibilidade de não alimentar meu filho. Aqui, recebi os cuidados necessários e a orientação sobre como proceder. Desde então, comecei a doar dois vidros de leite”, se emociona. Não demorou a se tornar uma doadora assídua. “É um trabalho de formiguinha, mas se todas aderirem será um resultado transformador. Quando penso que estou ajudando outra mãe a alimentar seu filho, parece que o meu leite aumenta. É incrível”, conta sorridente.
A sensação citada por Rosângela é oxitocina, hormônio produzido no hipotálamo. A explicação é dada pela auxiliar de enfermagem, Vânia Isilda Leite de Paula Veronez, funcionária há 9 anos do Cescrim, que a simplifica em poucas palavras. “Este é o hormônio do amor”, brinca. “Temos mães que doam por um ano, por três meses ou duas vezes. Não temos o suficiente para atender todos os casos”, explica.
CENTRO ESPECIALIZADO – As mães com leite excedente que queiram ser doadoras devem procurar o Cescrim para realizar o cadastro. A mulher receberá orientações sobre as condições de armazenamento e, semanalmente, os profissionais comparecem à residência para a coleta, sempre às segundas.
Para doar, é preciso manter hábitos saudáveis, como o não uso do cigarro, álcool, entre outras drogas, pois essas substâncias são altamente prejudiciais ao bebê. A Secretaria Municipal de Saúde desenvolve o Programa Amamentar, uma iniciativa que apoia e orienta sobre a importância da amamentação. Além disso, as pessoas podem doar potes de vidros com tampas plásticas para o armazenamento do leite.
Uma parte do leite coletado é enviada à UTI do Hospital Regional Jorge Rossmann, de Itanhaém, e a outra aos recém-nascidos em situação de risco acompanhados por profissionais do Cescrim. O local funciona de segunda a sexta, das 7 às 17 horas, na Avenida Tiradentes, 184, no Jardim Mosteiro. Informações pelo telefone 3426.3197.
Palavras-chave: amamentação, cescrim, leite materno, mães
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