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Publicado em: 11/09/2017 - Última modificação: 16/11/2020 - 12:17
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12 mil trotes por ano, 936 por mês, 31 por dia: SAMU sofre com falsos pedidos

SAÚDE - Unidade é responsável pelo atendimento de ligações de Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Pedro de Toledo e Praia Grande



Em um ano, a Central de Regulação do SAMU Regional Litoral Sul, em Itanhaém, registrou mais de 12 mil trotes

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Dois toques e um técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – 192) atende, registra e encaminha a ocorrência ao médico regulador: ‘No que posso ajudar?’, diz. “Não consigo respirar”, grita do outro lado uma voz desesperada. “Fica calma. Tem alguém ao seu lado que possa falar comigo?”. “Não, só eu mesmo”, diz ofegante. “Vamos mandar uma equipe à sua casa”, encerra a ligação. Pode não parecer, mas esta é uma falsa solicitação. Em um ano, a Central de Regulação do SAMU Regional Litoral Sul, em Itanhaém, registrou mais de 12 mil trotes, equivalente a 936 por mês, 31 por dia.

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A unidade é responsável pelo atendimento de ligações de Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Pedro de Toledo e Praia Grande, e sua central reguladora registrou de 1 de julho de 2016 a 31 de julho deste ano um total de 155.857 mil ligações, sendo 36.281 (23,28%) engano, 48.610 (31,19%) informação, 58.841 (37,5%) regulação médica, 86 (0,05%) transferência inter-hospitalar, 256 (0,16%) transferência de internação e 12.173 (7,81%) trotes.

Quem já recorreu ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência sabe que a agilidade na chegada da ambulância de resgate pode ser crucial para a vida de um paciente. O grau de prioridade é definido por códigos: vermelho (emergência), laranja (muito urgente), amarelo (urgente), verde (urgência de prioridade baixa) e azul (urgência de prioridade mínima).

Tão ágil como as ambulâncias do órgão deve ser é o atendimento telefônico realizado pelas centrais de regulação, que recebem chamadas para o serviço de diferentes regiões. No entanto, a maioria destas centrais sofre com trotes e a falta de informação dos usuários. Hoje durante uma ligação, técnicos e médicos são instruídos a detectar um trote, mas, em alguns casos, por causa da riqueza dos detalhes, os profissionais são convencidos sobre o suposto pedido de socorro.

“Tivemos um caso que marcou muito. Recebemos uma ligação sobre agressão de um filho com uma senhora, com arma branca – caracterizada como um machado. A riqueza dos detalhes sobre os ferimentos fez com que nós suspeitássemos que fosse uma necessidade imediata e, por isso, mobilizamos o suporte avançado e básico da ambulância, motolância, polícia militar e o corpo de bombeiros. Infelizmente foi uma ocorrência malsucedida em virtude do falso pedido de socorro”, conta o médico e coordenador da Central de Regulação do SAMU Regional Litoral Sul, Jonatas Freitas Pimentel.

Pimentel explica que dentro da base há um Núcleo de Educação Permanente, onde são realizados treinamentos, aulas práticas, reciclagem dos funcionários e atividades com temas atuais. “As equipes que exercem essas atividades são extremamente qualificadas. Geralmente, esses trotes, que são caracterizados como nível de urgência com risco iminente de morte, atrapalham muito o andamento dos serviços. Basicamente alguém pode precisar e uma pessoa pode morrer. Sem falar que trote é crime”.


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