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De olho no céu: reza a lenda que o futuro está escrito nas estrelas
ASTRONOMIA - Observar tornou-se uma prática quase regular em um ponto especial de Itanhaém, a Boca da Barra; Prefeitura estuda a implantação de um Observatório
Uns gostam de apenas olhar para o céu como uma simples distração, outros admitem ir além: observam os mistérios em torno da astronomia, ciência antiga que estuda os astros e o universo. É o caso de Antônio Carlos Tavares de Oliveira Alves, de 54 anos, professor de ciências, biologia e astronomia, um entusiasta pelos enigmas do corpo celeste que influencia e impacta diretamente no planeta Terra. Reza a lenda que o futuro está escrito nas estrelas, e observar tornou-se uma prática quase regular em um ponto de Itanhaém, a Boca da Barra.
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“Sou professor em São Paulo e em Santos. Comecei a pesquisar sobre astronomia ainda muito cedo, aos 17 anos. Em 1980, tive o primeiro contato com astronomia por causa de um amigo. Ele tinha um telescópio, e eu; afinidade com matérias de ciências. Por isso, acabei me interessando. Observei a Lua, primeiro corpo celeste que vi, e continuo o trabalho até hoje. Então, a partir daí comecei a ler livros, fontes bibliográficas e a estudar os equipamentos”, lembra Antônio, que na época teve de trabalhar duro para comprar seu primeiro instrumento. “Gosto também de astrobiologia, que estuda vida fora da Terra”.
A astronomia não pode ser confundida com astrologia, um sistema de crença que relaciona comportamentos humanos com as posições dos objetos celestes. Mesmo que sejam estudados por ambas, suas atuações são completamente diferentes. Somente no século 21, com a atualização das tecnologias e equipamentos, a astronomia ganhou força e se estabeleceu como uma ciência.
Antônio já observou os cometas Halley (1986), Shoemaker-Levy 9 (1994), Hale-Bopp (1997), Macnaugt (2007), Ison (2014) e Lovejoy (2015). Em casa, entre os equipamentos, o ‘Meade’, de 8 polegadas (203 mm F/10), em montagem altazimutal eletrônica. É utilizado para observações astronômicas e astrofotografia do sistema solar e céu profundo. Outra paixão que também merece atenção do entusiasta ferrenho é a astrobiologia, ciência que estuda a hipótese de encontrar vida no contexto cósmico.
“É claro que existem cientistas que acreditam que isto não é possível. Mas há outros grupos que sabem que a probabilidade de vida lá fora é muito grande. Se existe vida aqui na Terra, porque não lá fora?”, conta. E os valores para quem sonha em ter um equipamento em casa podem variar: “Já gastei até hoje mais de R$ 30 mil”. Ele ainda ressalta: “Na época, estudar astronomia era muito mais restrita que nos dias atuais”, diz Antônio, que tem Ensino Superior em biologia e duas pós-graduações, sendo uma em microbiologia, com ênfase em vida fora da Terra; e outra em ensino em astronomia.
OBSERVATÓRIO – A Prefeitura de Itanhaém estuda implantar um Observatório no Morro do Paranambuco, um local que tem suas vantagens por estar localizado em um ponto alto da Cidade e que permite visual esplêndido aos visitantes. Assim que for instalado, o ambiente será mais um ponto turístico.
“Acho que melhoraria o fluxo de turistas, atrairia pessoas com interesse neste assunto e mudaria o cenário do Morro do Paranambuco. Com este local, acho que Itanhaém poderia se tornar referência no Estado”, afirma o secretário municipal de Turismo, José Roberto Pereira do Nascimento.
EVENTO – Antônio realizará no sábado (2), data em que é celebrado o Dia da Astronomia no Brasil, uma programação especial em Itanhaém. O evento inicia às 19 horas e encerra às 23 horas, na Boca da Barra, uma praia próxima ao Centro da Cidade. O objetivo do encontro é a divulgação científica das áreas da astronomia e astrobiologia, além de conscientizar as pessoas sobre a relação dos fenômenos vida e universo.
Palavras-chave: astrônomo, estudos, implantação, observatório, processo, turismo
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