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Publicado em: 22/02/2018 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:15
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Moradores ‘pescam’ lixo rico e transformam praia em garimpo

CAÇA - Em Itanhaém, os objetos trazidos pelo mar muitas vezes se tornam um “achado” aos curiosos que vasculham a Praia do Centro em busca de tesouros perdidos



Joias, relógios, pulseira, brinco e dinheiro são alguns dos objetivos garimpando na praia

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Uma verdadeira “caçada ao tesouro”, a expressão é usada para quem está garimpando algo valioso. Em Itanhaém, os objetos trazidos pelo mar muitas vezes se tornam um “achado” aos curiosos que vasculham, entre os acúmulos de propágulo (estrutura que se desprende das plantas), a praia do Centro em busca do “lixo rico” e pescam artefatos como joias, óculos, pulseiras, relógios e anéis, tudo à beira-mar. “Não é uma profissão, mas faço isso desde criança. Se fosse para contabilizar em dinheiro o quanto já garimpei, acho que chegaria ao valor de R$ 10 mil”, conta o pescador profissional Bruno Carneiro Marques.

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A moradora Maria da Saúde Sales, de 70 anos, há três anos pratica o “garimpo” como um passatempo. Ela conta que já recolheu mais de cem objetos, contudo, o que não vai para a casa, recebe um destino mais que especial: “Já achei brinco de pérolas, grampos de cabelo – mostra com a mão o objeto em seu cabelo – e quando recolho óculos, na maioria das vezes, as armações são enviadas a um asilo em Santos”, conta aos risos com duas em cada mão.

Cada um tem uma história, catalogar não é uma profissão, mas complementa a renda em casa. Pela manhã da última quarta-feira (20), o pescador Bruno, de 25 anos, conseguiu R$ 56,00 em poucos minutos na água. “Normalmente as notas ficam boiando”, diz o rapaz que trocou a manhã na pesca por garimpar à beira-mar. Para ele, isto ocorre após o Carnaval. “Achamos de tudo. O dinheiro costuma ficar boiando, por isso é mais fácil encontrá-lo”.

“Garimpar é uma tradição da Cidade e há relatos de pessoas que já acharam dinheiro, ouro, pulseiras. Eu estava passeando pela praia e achei óculos. As pessoas precisam cuidar mais do meio ambiente e não jogar lixo na praia”, conclui Willian Mendes Leite, de 40 anos, que trabalha na base de reabilitação de animais marinos no Instituto Gremar.


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