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Publicado em: 23/02/2018 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:15
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Capacitação de professores marca o início do projeto “Serpentes em Foco”

EDUCAÇÃO - A partir de março, as atividades serão levadas também para as salas de aula



Professores tiveram contato direto com dois exemplares de “falsa coral”, que é considerado um animal manso, não peçonhento

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Nesta quinta (22) e sexta-feira (23), no Centro Municipal Tecnológico de Educação, Cultura e Esportes (CMTECE), professores da Rede Municipal participaram de uma atividade do projeto de Educação Ambiental “Serpentes em Foco”, do Instituto Butantan, que pretende conscientizar as pessoas sobre a importância dessas espécies para o ecossistema. A partir de março, as atividades serão levadas também para as salas de aula.

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Nas apresentações, foram detalhados diversos tipos de serpentes. O destaque maior foi para a “Bothrops insularis”, conhecida popularmente como jararaca-ilhoa, espécie endêmica da Ilha Queimada Grande, que fica na costa de Itanhaém. Quem explica a importância do local para o projeto é a bióloga Ligia Amorim, de 27 anos, que trabalha no Instituto Butantan. “A Ilha Queimada Grande foi a porta de entrada. Nós começamos pelo fato da jararaca-ilhoa ser uma espécie ameaçada de extinção”.

A área da Ilha Queimada Grande é protegida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sendo necessária autorização para desembarque nela. Mesmo assim, a preocupação com a biopirataria é uma das motivações para a série de palestras. “Nós espalhamos esse projeto para diversos públicos: pescadores, professores e alunos do Ensino Fundamental, transmitindo este conhecimento às futuras gerações. E participamos de palestras também, como foi o caso no Instituto Gremar no mês de janeiro”, disse Ligia.

A importância das serpentes, independentemente da espécie, é ressaltada pelos biólogos. “É um trabalho de conservação de serpentes no Município, não apenas a jararaca-ilhoa. As pessoas geralmente têm medo de serpentes, então queremos mudar essa visão, mostrar a importância delas, a conservação da biodiversidade. A jararaca continental, por exemplo, fornece a proteína de seu veneno para remédios que controlam a hipertensão”.

No final da atividade, os professores da Rede Municipal tiveram contato físico com duas exemplares de “falsa coral”, que é considerado um animal manso, não peçonhento. Um deles foi Tomas Lincoln Pinheiro Santiago, de 30 anos, que é professor de Ciências e Biologia na EM Silvia Regina Schiavon Marasca. “Esta é a primeira vez que eu tive o prazer de ter contato com serpentes. Nunca tive medo ou receio, até porque na biologia aprendemos a respeitá-los. Geralmente temos atividades com mamíferos, aves e até mesmo anfíbios”.

“É um curso de formação muito bom. Nós precisamos deste contato com grupos específicos de animais. Alguns têm importância ecológica muito grande, mas são desconhecidos, ou então vemos registros apenas em livros, que retratam regiões que têm realidades diferentes da Mata Atlântica de Itanhaém”, disse Tomas. “Já contei para meus alunos sobre essa novidade e eles estão bem ansiosos”.

Este foi apenas o primeiro passo de uma série de encontros, explica a bióloga do Butantan. “Os professores são os nossos multiplicadores, então a gente quer o apoio deles, para depois termos contato com os alunos. São noções sobre prevenção de acidentes, o que fazer e o que não fazer nesses casos. Este é só o começo, e a partir de março, o projeto será expandido para as salas de aula”, afirmou Ligia.

 


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