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Conheça a história do coveiro Chicão; há 24 anos nunca faltou ao trabalho
MAIS ANTIGO - O “jovem senhor” ganhou destaque após participar do programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, no quadro “Se Vira nos 30”
Não é de histórias tristes que vive o coveiro Francisco Ferreira Rodrigues, de 72 anos. Cheio de charme com seu quase 1,65 m, olhos escuros e um sorriso inocente, Chicão, apelido dado pelos amigos, esbanja travessuras e atribui sua longevidade a uma palavra mágica: o humor, ótimo remédio para a vida. Quando não está no ofício, há 24 anos, o passatempo preferido é mexer o “esqueleto”, dançar forró, ritmo popular em sua terra natal, Alagoas. O “jovem senhor” ganhou destaque após participar do programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, no quadro “Se Vira nos 30”. Não é que se virou? E se vira até hoje. “Adoro dançar, é comigo mesmo, mas o meu trabalho é melhor ainda”.
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Tornou-se celebridade assim que apresentou sua performance no programa dominical. “As pessoas me paravam para perguntar sobre o Faustão. Participei da seleção, que foi em Itanhaém, e em seguida fui chamado. Eles vieram me pegar na porta de casa”, conta o coveiro, que não desgruda do seu chapéu da “sorte”, o mesmo que utilizou no programa. “Lá eu estava com camiseta social, calça social e tênis”, aponta com o dedo. Não há como não sorrir com a simplicidade com a qual trata as pessoas.
Ele foi o primeiro coveiro a integrar a equipe do Cemitério do Jardim Coronel e, desde então, nunca faltou. “Minha mulher costuma dizer que só vou para casa para dormir. Quer me encontrar? Então venha aqui, sem medo”, brinca. Francisco é o coveiro mais antigo na ativa e, desde que foi admitido no concurso de 1994, ele nunca faltou. “É sim. Gosto de trabalhar. Cuido deste lugar como se fosse a minha segunda casa. E não é?”, brinca.
Faça chuva ou sol, durante a semana ou aos fins, nos feriados ou nas férias. Quer encontrar Chicão? Dá um pulo no cemitério que ele está lá, sempre a partir das 7 horas. Todos o conhecem, sabem da sua zeladoria pelo local. “Minha esposa diz que só durmo em casa, porque o resto faço no cemitério. Sei que as pessoas costumam ficar tristes, claro, perderam um ente querido, mas aqui é uma tranquilidade, é meu lugar predileto”. Indagado sobre uma possível mudança de emprego, ele logo desconversa: “Nada. Gosto disso aqui – aponta para as sepulturas – estou há tanto tempo que não me imagino fazendo outra coisa”.
Palavras-chave: cemitério, chicão, coveiro, trabalhador, trabalho
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