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Síndrome de down: amor que não se pede, amor que não se mede…
SÍNDROME DO AMOR - Com seu jeito carinhoso, professora constrói laço de amizade com alunos; atitude tem fortalecido autonomia nas ações e aflorado o potencial dos alunos
Um amor que não se pede, um amor que não se mede. A citação é um refrão da música ‘Onde Você Mora’, da banda Cidade Negra, e se encaixa com perfeição ao carinho que os alunos do Centro de Orientação aos Deficientes de Itanhaém (CODI) sentem pela tia ‘Lena’, a professora que é considerada mais um ente da família do que uma simples orientadora. Olhos ansiosos aguardam a chegada da Lena, que na verdade se chama Luzia. O apelido ganhou vida por causa de uma personagem da novela Carrossel.
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Tia “Lena”, chama Rodrigo Alvim da Silva, de 42 anos, que tem síndrome de down. Assim que ouve o chamado, o sorriso da professora cresce em seus lábios. Este não é o seu nome verdadeiro, mas ela aceita do mesmo jeito. “Eles dizem por causa da personagem. Ela é professora e adorada pelos alunos”, conta Luzia aos risos. “Uma vez, a mãe de um aluno disse que não conseguia me achar na rede social como Helena. Aí, eu disse a ela o meu nome de verdade. Ou seja, até os pais acham que me chamo assim”, brinca. Há tempos conhecida pelo nome da personagem que faz sucesso entre a garotada, decidiu aceitá-lo, mesmo de brincadeirinha.
Antes de se tornar professora de artesanato, ela foi voluntária por dois anos no CODI. Tempo suficiente para se encantar pela nobreza dos alunos que participavam das atividades desenvolvidas no local. O mesmo sentimento se tornou recíproco rapidamente pelos estudantes. “Sentir este carinho é gratificante. Eu aprendo demais com eles. Costumo dizer que não ensino, sou ensinada. Dou minha aula muito feliz. Volto para a casa mais contente ainda porque vejo neles o retorno”, conta a professora. “Quando temos contato com eles, ficamos mais sensíveis em todos os sentidos”.
“Se ela um dia sair, ficarei triste, brava e vou até chorar”, conta Lorrayne Alvez de Souza, de 15 anos. Indagada sobre o que gosta de fazer no local, a resposta é categórica: “Ficar com a professora”, diz com um sorriso largo.
O projeto tem missão dupla: gerar renda e criar independência. O CODI existe há 27 anos e compreende pessoas de diferentes idades com atividades que provocam novas experiências, afloram o potencial, autonomia nas ações e, de quebra, apresentam formas de lucrar com a produção de artigos comercializados na própria entidade. O valor arrecadado com a venda é dividido inteiramente entre os alunos.
As oficinas trabalham técnicas para ajudar no ensino de braile a deficientes visuais, aulas de dança e gastronomia para melhorar a mobilidade e a coordenação motora, além de estimular formas de geração de renda. Um exemplo que se encaixa perfeitamente em uma das missões apresentadas pelo Centro são as aulas de Serigrafia, em que os alunos aprendem a estampar e a pintar camisetas e panos de pratos, aliás, as atividades com materiais reciclados (garrafas plásticas, vidros e papelão) também se tornaram artigos rentáveis.
Palavras-chave: alunos, aulas, codi, síndrome
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