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Publicado em: 20/03/2018 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:08
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Projeto da educação: toda criança com deficiência merece um Lugar ao Sol

EDUCAÇÃO - Trabalho é realizado no CMTECE, desde 2002, sobretudo com a introdução do esporte e da cultura à vida dos jovens



Silvana e Maryna brincam nas atividades do projeto, juntamente com a professora Mayra (centro)

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Todos têm o direito de brincar e aprender. É pensando nisso que a Prefeitura de Itanhaém, por meio do Programa Tempo Todo, mantém o Projeto Lugar ao Sol, atendendo crianças no contraturno escolar que possuem algum tipo de deficiência. O trabalho é realizado no Centro Municipal Tecnológico de Educação, Cultura e Esportes (CMTECE), desde 2002, sobretudo com a introdução do esporte e da cultura na vida dos jovens.

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Atualmente, são 94 matriculados no projeto que têm atividades ligadas à arte e educação física. As crianças atendidas no contraturno têm entre 6 e 14 anos, que também desempenham atividades esportivas no local, como vôlei, basquete, futsal e até mesmo caminhada. Uma das aulas de maior sucesso é a de natação, realizada no Complexo Educacional Harry Forssell, que fica ao lado. O Lugar ao Sol é vinculado oficialmente à EM Leonor Mendes de Barros, mas recebe alunos de toda a Rede Municipal.

Uma das professoras é Mayra Leme Aguiar, de 35 anos, que dá aulas de Educação Física e trabalha também na EM José Teixeira Rosas. “No projeto, o atendimento é individualizado. Nós elaboramos atividades para todos ao mesmo tempo, dentro dos limites de cada um. Atualmente, estamos trabalhando a coordenação motora fina, utilizando itens como roscas e elásticos, visando a musculatura dos dedos”, disse.

Com as crianças, Mayra consegue também introduzir algumas modalidades esportivas, como o vôlei adaptado. “Sempre me preocupo que eles consigam desempenhar as atividades”. Entre as tarefas, está a de desenvolver brincadeiras, incluindo até mesmo o uso de materiais reaproveitáveis, como papelão, EVA e plásticos.

Um dos jogos inseridos por ela foi uma espécie de “ping-pong-basquetebol”, que mistura características dos dois esportes: o jogador deve arremessar a bolinha, pingá-la na mesa e torcer para que ela entre na “cesta”, que na verdade é um simples copo descartável. “Com isso, nós estimulamos a atenção, destreza e o ritmo deles”, conta a professora.

Duas alunas com síndrome de down fazem parte das atividades do projeto e se divertem com o jogo. Silvana Carvalho dos Santos, de 38 anos, participa juntamente com os adultos, mas também está mais do que acostumada a brincar com os mais jovens. “Gosto mais de natação, mas também pratico vôlei, basquete, pintura e desenho”, conta. Silvana vem todos os dias para o CMTECE, onde também participa do Projeto Paradesporto.

A outra é mais nova, Maryna Sabino de Freitas, que tem apenas 16. Assim como o exemplo de Silvana, ela faz algumas práticas ao lado dos mais velhos, mas passou boa parte da sua vida no Lugar ao Sol e, por isso, está familiarizada com as atividades do contraturno. Quem conta mais é sua mãe, Maria Luiza, de 56 anos. “Para mim, esse projeto representa tudo”, diz ela.

“Minha filha se desenvolveu bastante aqui. Hoje, ela gosta de artes, natação. Sempre comenta sobre as atividades quando chegamos em casa. Antes, ela não falava, e agora se comunica bem mais. Só tenho coisas boas para falar. Já tive que lidar com diversas situações ruins pelo fato dela ser deficiente, no entanto, sempre fui amparada aqui”, relatou Maria.

TEMPO TODO – O programa compreende seis núcleos distintos, espalhados pelo Município. Além do Projeto Lugar ao Sol, também fazem parte outros locais que têm focos específicos, como o Cambucá (artesanato, no Jardim Coronel), Flores da Mata (meio ambiente, no Belas Artes), Franklin Fray Martins (esportes, no Guapiranga), Wagner José Roncada (música, no Suarão) e a Casa da Criança, no Oásis, que está em fase final de reformas e atualmente tem suas atividades na EM Harry Forssell.

“O trabalho com projetos educacionais propicia a atividade coletiva e cooperativa. É necessário que esteja sempre em transformação, que seja flexível, em adequação à realidade em que cada aluno está inserido”, disse a coordenadora do Programa Tempo Todo, Neiva Guidolin.


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