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Felipe Ruivo, talento local do basquete, ganha espaço entre os melhores do Brasil
ESPORTE - Durante suas férias, após o fim da temporada do NBB, o jogador aproveita para rever a família e os amigos
A timidez de Felipe Ruivo, de 20 anos, pode até causar estranheza. Durante suas férias, ele vem para Itanhaém, onde se mantém em forma e aproveita o tempo para rever amigos e familiares. Quem não o conhece, porém, mal imagina que o rapaz quieto é uma das esperanças para o futuro do basquete no país. Filho de Itanhaém, ele agora joga entre os ‘grandes’ no Novo Basquete Brasil (NBB), pela equipe do Pinheiros.
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Felipe segue a linhagem do basquete em sua família. Ele é filho do professor e ex-jogador Lauro Ruivo, de 53 anos, que nasceu na Cidade e atuou profissionalmente em diversas equipes, como Corinthians, Guarulhos, Mogi e retornou no início dos anos 90 para atuar na equipe do Clube Náutico. Pela equipe azul e amarela, chegou à Divisão Especial do Campeonato Paulista, enfrentando atletas como Oscar Schmidt. Foi jogador e técnico, mas logo se dedicou apenas ao lado de fora das quadras, pouco depois do nascimento de Felipe.
A infância dele e de seu irmão mais novo, Guilherme, de 17, foi repleta de ensinamentos da modalidade. “Meu pai teve total influência no meu início no basquete. Por conta dele, eu frequentava as quadras, via muitos jogos. Sempre que dá, nós assistíamos partidas juntos pela televisão. Tenho várias lembranças da infância, de ver jogos quinta-feira à noite do Campeonato Paulista, por exemplo. Tudo era diferente, fazíamos um jantar especial, era um dia ‘sagrado’ com toda a família reunida para ver o esporte”, disse Felipe.
Hoje, Felipe mora com o próprio irmão, que também foi jogar no Pinheiros, e dá continuidade à tradição familiar. “Eu fiquei muito tempo longe, em São Paulo, mas sou muito apegado à família. Então, estamos aproveitando bastante esse tempo juntos”, completou. Já o pai ressalta o comportamento tranquilo e a aptidão de seus garotos pelo esporte: “Felipe sempre foi muito de ficar em casa, o que para um atleta é muito bom. Muitas vezes, eu até insistia para ele ir em festas, comer pizza com os amigos, mas ele sempre optava pela própria casa”.
Quando era garoto, Felipe não chegou a participar de uma escolinha, aprendendo literalmente no quintal de casa e com o próprio pai, além de seus amigos e colegas de profissão, como o professor Neno Volpin. Inclusive, ele disputou os Jogos Escolares em 2011. Então, ele passou pelo Internacional de Santos, e depois começou a jogar na capital, na equipe do Círculo Militar – neste período, viajava diversas vezes por semana para conciliar os estudos na Cidade e o basquete, com esforço dos pais. Já em São Paulo, ele chamou a atenção dos olheiros do Pinheiros, para onde foi em 2014.
Felipe chegou a disputar o Mundial Escolar em Angola, pelo Colégio Amorim, de São Paulo. Sua experiência internacional vai além: ele participou de um “training camp” da NBA com atletas jovens do continente, em 2015. A atividade faz parte de um programa que visa a popularização da modalidade – e desde cedo, a maior liga do mundo já ficou de olho no seu potencial.
A evolução dele faz com que os conhecidos, constantemente, perguntem se em algum dia ele tem o sonho de chegar à NBA ou ao basquete europeu. “Mas eu sou bem consciente de que tenho que fazer um bom papel no Pinheiros, antes de qualquer coisa. Meu foco está aqui e eu quero dar um passo de cada vez”, explicou.
Ele faz parte do elenco profissional desde a temporada 2015-16, entretanto, foi só na campanha seguinte que veio a estreia em quadra. Desde então, o Pinheiros chegou à fase de playoffs do NBB e chegou à semifinal em 2016-17. Já os números pessoais de Felipe no Novo Basquete Brasil (NBB) evoluíram drasticamente: agora, ele tem médias por jogo de 24.9 minutos, com 6.3 pontos, 2 rebotes e 3.2 assistências.
“Qualquer jogador, não apenas eu, só amadurece se estiver jogando regularmente. Se eu continuasse com médias baixas de minutos, não evoluiria como nesta temporada. Só o fato de ter conseguido entrar mais, já parte da confiança que o treinador (César Guidetti, assistente da Seleção Brasileira) tem em mim. Isso tudo aconteceu pelo fato dele ter apostado no meu basquete. Meus companheiros ajudam bastante, me incentivando, não deixando abaixar a guarda nos momentos ruins. Espero continuar correspondendo à altura, brigando por títulos e disputando campeonatos internacionais pelo Pinheiros”, comentou.
O próprio atleta se define como um armador clássico, que foge um pouco dos padrões atuais da NBA, com posse de bola excessivamente rápida. “Prefiro organizar o jogo. Tenho um estilo parecido com o basquete europeu, que gosta de tática, sem correria. A bola roda por todo o time, o esquema é mais coletivo. Às vezes, eu tomava bronca do meu pai, que me orientava a tentar a cesta, mas eu sempre buscava o passe (risos)”.
“Meu jogador favorito na infância era o Kobe Bryant, que eu gostava muito de assistir, naquela geração fantástica do Los Angeles Lakers. Era o nome que eu gritava quando brincava na tabela. Mas o maior jogador de todos os tempos é o Michael Jordan, em minha opinião”.
SELEÇÃO – Se a carreira profissional está em constante evolução, 2018 marca uma “despedida” para Felipe: das seleções brasileiras de base. O Sul-Americano Sub-21, que acontecerá em julho na Argentina, será o último torneio nesta faixa etária. Pelo Brasil, ele disputou uma final sul-americana sub-17 contra a Argentina em 2015 e, na Copa América do ano seguinte, ficou em 3º lugar, superando Porto Rico na disputa do bronze.
“É uma experiência muito boa. Joguei minha vida inteira só no Brasil, feito algumas viagens só para os Estados Unidos, que têm um estilo de jogo completamente diferente do resto do mundo. Jogar pela Seleção foi diferente de tudo o que eu tinha vivido. Além de representar o seu país, é uma chance de jogar contra os melhores dos outros lugares. Eu cresci vendo os jogos e acompanhando a Seleção, sempre sonhei em fazer parte disso, então quando tive a oportunidade, fiquei muito contente”.
Palavras-chave: atleta, basquete, esporte, Felipe ruivo, Pinheiros
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