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De mãe para filhas e o mesmo sonho: dançar
NA PONTA DOS PÉS - Alunas da Escola Municipal Maria Graciette Dias, Heloísa e Lohane sabem que para seguir a profissão de bailarina é preciso conciliar com os estudos; mãe sonha em subir ao palco com as filhas
A sapatilha da cor preta desgastada de Luana Cristina Nogueira Aoki, de 25 anos, traz vestígios de uma determinação vigorosa, adormecida há alguns anos por causa de situações que a impediram de continuar: “Quando me casei, logo engravidei. Mesmo assim frequentei as aulas, mas tive que parar”. O tempo passou e a ajudou voltar com força total para a dança, intrínseca em seus maiores desejos. Recentemente, a vendedora desacelerou seu dia a dia e tomou coragem para correr atrás de seu sonho pela segunda vez. Ela está nas aulas de dança contemporânea da Prefeitura de Itanhaém. Suas filhas, Heloísa, de 4 anos e Lohane, de 7, seguem o mesmo caminho, só que no balé.
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“A dança está no sangue. As minhas filhas, mesmo pequenas, tiveram a iniciativa de começar a dançar balé. Eu fiquei toda feliz porque esse sempre foi o meu sonho e agora é o delas. As meninas adoram as aulas, ficam sempre empolgadas”, conta a mãe toda orgulhosa. “Agora, estou na dança contemporânea, mas penso em voltar para o balé no futuro”, diz Luana, que iniciou na dança aos 5 anos de idade e já integrou o corpo de baile da Cidade.
Mesmo com pouco tempo de aula, apenas três anos, Lohane se preocupa em posicionar as mãos no ar e treinar a flexibilidade das pernas. Do espelho, policia sua postura e presta atenção em cada detalhe sugerido pela professora Lenisa Rocha. Encantada, a mais nova gosta de imitar os passos da irmã. A dança é sempre sincronizada com os estudos. Alunas da Escola Municipal Maria Graciette Dias, no Belas Artes (do maternal e do 1º ano, respectivamente), Heloísa e Lohane sabem que para seguir qualquer profissão é preciso conciliar os dois. “O balé ajuda na escola e a escola ajuda no balé”, diz a mãe.
Em casa, Luana ainda guarda recordações do tempo em que pertencia ao corpo de baile. Roupas, sapatilhas e fotos são conservadas há anos. Ela ainda tem um sonho que está próximo de ser realizado. “Quero dançar com minhas filhas. Quando as observo ensaiando, bate aquela saudade”, sorri. “Estou mais ansiosa do que elas”, brinca.
Para entrar na dança contemporânea, Luana teve que passar por uma audição no Complexo Educacional Harry Forssell. Antes de participar, conversou com sua antiga professora, que hoje compartilha as mesmas técnicas com suas filhas. “Quando eu falei com a Lenisa sobre eu estar fora do peso, ela me disse: se você já dançou, nunca se esquecerá. Era a força que me faltava. Uma vez no palco, você nunca mais desejará sair”.
Lenisa é professora há mais de 30 anos e também atua como coordenadora das Oficinas Culturais da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes. “Na dança não tem idade, ela é para todos os públicos. Como em qualquer outra atividade, é preciso determinação e saber que o caminho não é fácil, mas é possível”.
Palavras-chave: adultos, balé, crianças, cultura, jovens
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