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Publicado em: 15/10/2018 - Última modificação: 16/11/2020 - 12:27
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Benedicto Calixto, uma das maiores referências das artes plásticas

HISTÓRIA - Pintor também mostrou vocação para os livros e escreveu obras que registram a evolução histórica da Baixada Santista



Calixto nunca perdeu o vínculo com a sua cidade natal, mesmo tendo se mudado para outros municípios

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Benedicto Calixto de Jesus é um artista que produziu não apenas paisagens, mas também dedicou parte do seu tempo para pinturas históricas e arte religiosa. Arte acadêmica, pré-moderna, naturalista e realista são expressões incorporadas nas técnicas de pintor, considerado uma das maiores referências da pintura brasileira. Nascido em Itanhaém em 14 de outubro de 1853, tem suas obras divididas em fases: pinturas dedicadas a paisagens e marinhas, históricas, religiosas e retratos.

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Calixto nunca perdeu o vínculo com a sua cidade natal, mesmo tendo se mudado para outros municípios. Prova disso foi a sua colaboração na implantação do Gabinete de Leitura de Itanhaém, cuja história foi resgatada pela Prefeitura, que homenageou com a construção do prédio seguindo as características da arquitetura do original de 1896.

O pintor também mostrou vocação para os livros e escreveu obras que registram a evolução histórica da Baixada Santista. Exemplo disso são os títulos: ‘A Vila de Itanhaém’, ‘A Igreja e o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém’, ‘Capitanias Paulistas’, ‘Padre Bartholomeu – Voador – E a Sua Época’, que revelam sua qualidade como historiador, preocupado em perpetuar a memória de Itanhaém e seus personagens importantes.

CARREIRA – Calixto começou a traçar seu destino ainda muito jovem, aos oito anos de idade. Expandiu suas habilidades para as áreas da história e fotografia. Acostumado a registrar paisagens pelas lentes do equipamento fotográfico, tornou-se pioneiro no Brasil a pintar a partir de fotos.

O pintor morou em Itanhaém até seus 16 anos, quando sua família se mudou para Santos, onde teve um começo de vida humilde, sobrevivendo da pintura de muros e placas de propaganda. Por convite do irmão mais velho, dos 17 aos 18 anos morou em Brotas, no interior de São Paulo.

Em 1877, retornou a Itanhaém para se casar com sua prima de segundo grau, Antônia Leopoldina de Araújo. De volta a Brotas, continuou pintando paisagens das fazendas locais e retratos de grandes cafeicultores. Em 1881, deixou Brotas para voltar a Itanhaém para o nascimento de sua primeira filha, Fantina. No final desse mesmo ano, mudou-se sua família para Santos, onde passou a pintar paisagens nos tetos e paredes das mansões de comerciantes. Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo.

OBRAS — No ano seguinte, Benedito Calixto foi convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos em Paris, onde ficou por quase um ano e frequentou o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa, realizou várias exposições que ganharam destaques durante a temporada de exibição.

Seus filhos Sizenando e Pedrina nasceram em 1886 e 1887, respectivamente. Em 1890, o pintor foi morar em São Paulo, mas sete anos depois voltou ao litoral para residir em São Vicente. Produziu obras importantes que hoje podem ser apreciadas em alguns museus, inúmeras igrejas, associações, fundações e instituições.

Em sua carreira como artista plástico produziu em torno de 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Entre as telas estão pinturas de marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e religiosas, sendo que estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, cedida pelo Papa Pio XI, em 1924.

MORTE — Faleceu de enfarto no dia 31 de maio de 1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no cemitério do Paquetá, em jazigo perpétuo doado pela Prefeitura de Santos.


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