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Publicado em: 20/02/2019 - Última modificação: 16/11/2020 - 11:57
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Após reencontro com familiares, ex-moradora de rua tem nova chance

SOCIAL - Recordação de momentos difíceis que Maria do Céu passou na pele quando trocou o confronto do lar pela solidão das ruas será substituída por amor e carinho dos parentes



Um papel em branco será colorido com a ajuda de familiares. Assim acredita Maria do Céu Nogueira da Cruz (vestido rosa), de 51 anos, ao lado da irmã Conceição Nogueira do Nascimento (blusa roxa), de 54 anos

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Começar do zero e escrever um novo capítulo na vida da ex-moradora de rua Maria do Céu Nogueira da Cruz, de 51 anos. A recordação de momentos difíceis que ela passou na pele quando trocou o conforto do lar pela solidão das ruas será substituída pelo amor e o carinho de familiares distantes há pelo menos seis anos. Olhos marejados e um sorriso de orelha a orelha revelam um sonho, que antes era apenas um devaneio, em realidade. Maria, enfim, deu-se uma nova chance e volta à capital de São Paulo cheia de esperança. “Quero matar a saudade da minha irmã”.

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Um papel em branco será colorido com a ajuda de familiares. A partir de agora, Maria conviverá com a irmã, Conceição Nogueira do Nascimento, de 54 anos. “Estou muito contente por encontrar minha irmã. Eu nunca perdi as esperanças de encontrá-la. As pessoas me diziam que ela deveria estar morta, mas isso não é verdade. Quando fui comunicada que ela estava viva, meu coração encheu de amor. Vou ficar com ela até o  final da minha vida. A minha casa será dela”, ressalta Conceição.

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Acolhimento é o mesmo que proteção, esperança e consideração. No dicionário o sinônimo tem grande representatividade para quem está em situação de rua. As palavras se agarram ao trabalho realizado pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro POP, um equipamento público que serve como ferramenta para a proteção social e o auxílio à população em situação de rua.

A equipe de Abordagem de rua faz um trabalho mais que especial, socializam-se com as pessoas em situação de rua para conquistar sua confiança. “Existe uma técnica. É necessário falar a linguagem deles para convencê-los, procurando encontrar em que momentos eles romperam os vínculos familiares e foram morar nas ruas. No caso da Maria do Céu, ela era bastante arredia, aproximar-se dela era bem mais difícil. Ela estava bastante sensibilizada devido à morte do seu companheiro”, ressalta Fagner Carnavarolo Vicente, de 23 anos, que trabalha no serviço de abordagem.

CENTRO POP

No local, eles se alimentam, tomam banho, além de passarem por triagem que dá acesso ao atendimento psicossocial, à documentação civil, encaminhamento para rede socioassistencial e setorial (CAPS AD, USF, entre outros), acompanhamento e acesso ao Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) e Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e o cadastramento no CadÚnico, para, posteriormente, chegarem à Casa de Acolhimento João Paulo II.

Elisabeth Iori Machiom é assistente social na Prefeitura de Itanhaém há anos e tem um trabalho essencial no serviço de acolhimento da pessoa em situação de rua, acompanhada da coordenadora do Centro POP, Maria Janete Andrade; e da diretora da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, Silvana Rodrigues Costa.

“Especificamente com relação ao atendimento a Maria do Céu. O problema dela hoje se deve ao uso abusivo e prolongado do álcool, ela não fazia uso de outras substâncias psicoativas, era apenas álcool”. Ainda segundo ela, trata-se de um trabalho de aproximação, confiança e tempo para que os resultados sejam eficazes. “Para achar a família, tivemos de fazer a busca em unidades de saúde e contatamos equipes de profissionais da assistência social de outras cidades”, ressalta Elisabeth.

Quando encaminhados à instituição, os trabalhos dos profissionais não param, pelo contrário, são intensificados. Há um direcionamento para aqueles que não concluíram o Ensino Fundamental ou Médio para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

 


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