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Pescador, uma profissão vivida por gerações que fortalece laços de família
FILHO DE PEIXE, PEIXINHO É - Eles são um grupo com mais de 30 pessoas, avôs, pais, mães, irmãos e netos. Quem não está em alto mar, trabalha com a venda dos crustáceos em terra
Dito e feito. Quando começou a acompanhar o pai na pescaria, aos 12 anos, José Álvaro Marques, hoje com 59, já imaginava que a brincadeira poderia se tornar algo mais sério no futuro, mas nunca que anos depois seria um negócio de família. Uma dinastia herdada por gerações que vivem do que pescam no mar, camarões e às vezes peixes. Hoje, eles são um grupo com mais de 30 pessoas: pais, mães, irmãos e netos. Quem não está em alto mar, trabalha com a venda dos crustáceos em terra.
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A profissão entrou na vida da família Marques há mais de 80 anos, quando o avô, Zumiro Benedicto, ainda muito jovem, mergulhou na pescaria artesanal ainda de canoa. O conhecimento foi repassado a José Correa Marques, pai de José Álvaro Marques. “Nunca me vi fora da pesca. Desde quando comecei a frequentar o barco do meu pai, eu já sabia que o meu futuro estava ligado a tudo isso”, diz apontando para o mar.
A atmosfera, às vezes pacata, outras vezes agitada, de quem troca a firmeza da terra pelo balanço do mar é apreciada por Álvaro. “Eu, meus filhos e irmãos respiram a pesca. Já estou quase me aposentando, mas passei para eles o que o meu pai me passou, que foi ensinado a ele pelo meu avô. A pescaria rende 600 kg de camarões e 800 kg de peixes”.
Indagado sobre a redução no número de crustáceos no mar, ele é categórico: “ainda tem bastante. As pessoas precisam respeitar o mar, cuidar para que no futuro a pescaria artesanal não se acabe”, diz José. O filho Marcelo Carneiro Marques, de 31 anos, é antagônico à fala do pai: “Tem peixes, mas houve uma bela diminuída. Tenho visto muito lixo no mar. As pessoas precisam parar de jogar materiais nos oceanos, precisam respeitar a natureza. Logo, logo, ela nos dará uma resposta”.
Marcelo fala que já viveu dias de sufoco no mar, mas que nada o fez desistir. “Já cheguei a ficar 20 dias no barco. Passei frio, calor e peguei fortes temporais”. Sempre que vai à luta, o pescador não esquece um só minuto da família que deixou em terra. “Minha esposa e meu filho são meu porto seguro. Quando estou no mar, sinto uma falta enorme deles, mas é preciso”, enaltece. “O apoio deles é fundamental para a minha vida”.
A profissão é mais que um trabalho, é uma paixão de sangue. “O amor foi passado de pai para filho”, revela Gabriel Carneiro Marques, de 22 anos, o mais novo entre os pescadores. Mesmo com pouca idade, ele usa o conhecimento da profissão para saber o momento certo para entrar no mar. “Hoje acompanhamos pela previsão do tempo, mas o meu bisavô descobria quando os pássaros ficavam agitados”.
Para Marcos Aurélio Marques, de 52 anos, há um risco iminente para o meio ambiente. “É preocupante saber que as próximas gerações possam ser prejudicadas por causa da má gestão do ser humano com a natureza. Temo pelos meus bisnetos”, conclui.
Palavras-chave: canoa, família, laços, pesca, pescador
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