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Mãe de primeira viagem, Ana transformou vidas de bebês além de seu filho
AGOSTO DOURADO - A jovem sabe a importância do alimento, pois na UTI seu filho não apresentava reações até receber o leite materno pela primeira vez
Movimentos cautelosos, olhar expressivo e sorriso encantador são gestos comuns de Ana Paula dos Santos Nascimento. O motivo? Seu bebê de sete meses, Miguel Nascimento dos Santos. Ao ver mãe e filho é difícil imaginar que a gravidez não foi planejada e que o fato a levou ao início de uma depressão. A história é de muita superação. Amor de mãe e filho e ao próximo. Aos 17 anos, a jovem que nada sabia sobre maternidade aprendeu na raça a se tornar uma super heroína a Miguel, e, consequentemente, a muitos outros bebês. Isso porque Ana criou um elo eterno na vida de outras crianças ao doar leite materno.
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Mês da promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, agosto dourado representa o ouro do leite materno. E Ana Paula sabe bem a importância que o leite fez no desenvolvimento do seu bebê: após ele mamar pela primeira vez, Miguel apresentou uma grande melhora no seu tratamento. Ele estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), pois nasceu após o previsto e engoliu mecônio (substância coletada no intestino do feto que constitui as primeiras fezes dos bebês) ainda na barriga.
Ao nascer, Miguel teve uma parada cardiorrespiratória e ficou minutos sendo reanimado. O neném só apresentou reações ao tratamento quando mamou pela primeira vez: “só depois que vi o que o leite materno fez com meu filho, entendi que a importância dele vai além do que pensamos durante toda a vida”, relata Ana Paula.
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Por conta da saúde de Miguel, Ana Paula começou a frequentar o Centro Especializado na Saúde da Criança e da Mulher (Cescrim) Paula Vegas, mas o que ela não sabia é que no mesmo lugar iria aprender a cuidar de outros além de Miguel: “em uma das minhas idas, fui abordada por uma profissional que trabalha no posto de coleta de leite e ela me convidou para participar do programa de doação de leite. Na hora eu me lembrei das mães que estavam na UTI e não conseguiam amamentar seus filhos e, ao pensar que poderia ser o Miguel precisando de leite, topei”, explica a mãe.
Ao realizar o cadastro e todos os trâmites necessários para a doação, Ana se tornou uma doadora, e, semanalmente, recebia orientações sobre alimentação para ajudar na produção e nos efeitos que o leite teria. A mãe destaca que aprendeu muito a cada visita que recebia para a coleta do leite. Ela se sentia tão bem com o gesto, que, inclusive quando começou a ter dificuldades de estar em casa no horário da coleta, não desistiu e ficou por dois meses indo até o Cescrim para a coleta e armazenamento do alimento de forma correta.
Até que chegou o momento em que a mãe não conseguiu mais tirar leite para doação. Mas, apesar da tristeza momentânea, Ana carrega consigo uma satisfação: “uma moça do Cescrim foi muito acolhedora ao conversar comigo, dizendo que eu não deveria ficar triste porque eu fiz o que eu podia e não podia, porque ajudei muitas crianças com meu leite, e que muitos bebês foram salvos por minha ajuda. Aquilo me deixou muito feliz”.
PARA TODA A VIDA
“Eu não sabia toda a diferença que o leite fazia na vida de uma criança. Hoje, eu conscientizo as pessoas sobre o amamentar e incentivo a doação, pois, para os bebês é muito importante, e para nós, uma sensação única. Doei até onde consegui, e sinto muita gratidão por poder amamentar e ter tido leite suficiente para outras crianças”, finaliza.
Quem diria que depois das dificuldades da gravidez não planejada sua própria história serviria de incentivo para Ana Paula? Inclusive, a mãe já pensa na próxima: “no meu próximo filho vou estar mais preparada, pois quero conseguir doar ainda mais”.
Palavras-chave: cescrim, doação, história, leite
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