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Museu Conceição de Itanhaém recebe exposição fotográfica a partir deste sábado (12)
CULTURA - Organizada pelo COTIF, com apoio da Prefeitura de Itanhaém, a mostra conta com 22 imagens do fotógrafo e jornalista Guilherme Farpa
O Museu Conceição de Itanhaém recebe, a partir deste sábado (12), a exposição fotográfica “Da Expressão à Repressão: a autoestima que tiraram de nós”, do fotógrafo e jornalista Guilherme Farpa. Realização do Coletivo de Fotógrafos de Itanhaém (COFIT), com apoio da Prefeitura de Itanhaém, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, a exposição estará aberta até o dia 01 de dezembro e promete ser um marco visual e reflexivo no debate sobre o racismo e a valorização da identidade negra no Brasil.
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Gratuita e aberta ao público, a mostra conta com 22 imagens feitas a convite do diretor e fundador da COFIT, Marcos Rogério Meneghessi, e retrata a narrativa de que o povo negro não carece de cultura, simbolismos e autoestima, mas que isso lhe foi retirado à força, e precisa ser recuperado. Assim, a exposição propõe afirmar a identidade e autoestima do povo negro, enfrentando o silenciamento imposto pela branquitude e reconquistando seu lugar de resistência e orgulho racial.
Primeira exposição pública de Guilherme, é resultado de uma extensa trajetória no movimento negro e estudantil, além de experiência com fotojornalismo político, social e cultural. “Trabalho muito com manifestações políticas e culturais, ou seja, com questões que retratam o cenário atual da nossa sociedade e as questões sociais que se acarretam dele. E agora eu tenho trabalhado mais no sentido de transmitir uma mensagem maior, mais profunda, que envolve também um lado artístico nessa questão de recuperar a memória do povo preto e a sua autoestima através do retrato daquilo que é referência de beleza para nós, que é criado por nós, mas que tem sido apagado”.
As imagens do artista, misturando ensaios e fotos jornalísticas, revelam a força da resistência e do empoderamento negro, convidando o público a refletir sobre a luta histórica, a construção de um futuro antirracista e um mundo onde o povo negro também seja cada vez mais visto como exemplo de beleza, para si e para outros. Farpa, jovem militante e ativista das lutas antirracistas, utiliza sua arte para documentar e resgatar a dignidade do povo negro, propondo uma reflexão social por meio da fotografia.
“Estou carregando muito de uma perspectiva que queria trabalhar e já vim trabalhando, nesses últimos anos, de ocupar esses espaços acadêmicos, onde a cultura negra é muito apagada e silenciada, não só por conta do processo todo que a nossa sociedade já faz, mas também pela universidade ser um espaço muito branco e elitizado. E aí a exposição faz uma provocação desta ordem”, afirma Guilherme.
O Museu Conceição de Itanhaém fica localizado em frente à Praça Narciso de Andrade. A exposição pode ser visitada de terça a sexta, das 8 às 17 horas, e sábado, das 11 às 17 horas.
O ARTISTA E SUA ARTE – Guilherme Andrade, mais conhecido como Guilherme Farpa, de 20 anos, cursa jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e, atualmente, escreve para alguns jornais da própria Universidade. Mesmo jovem, Farpa possui uma extensa trajetória em movimentos sociais, atuando como militante e coordenador no movimento estudantil e no movimento negro. “Por conta da minha militância, sempre tive muito contato com essa questão de divulgação, de audiovisual, de pensar em coisas que mexam com o imaginário e despertam os sentimentos das pessoas”, explicou o jovem.
Farpa descreve sua trajetória na fotografia como uma trajetória de curiosidade, onde, desde muito cedo, se empenhou em estudar os diferentes elementos de uma foto e entender como eles se relacionam com a realidade. Apenas recentemente começou a se profissionalizar na área, por meio das aulas de fotojornalismo em sua graduação, onde começou a utilizar de sua vivência nos movimentos sociais para retratar os temas que lhe interessam, coisa que culminou em sua primeira exposição pública, neste sábado (12).
Guilherme morou em Itanhaém com seus pais dos 11 aos 14 anos, quando voltou para São Paulo para fazer gestão pública na escola técnica ETEC Cepam. Quando estava em Itanhaém, foi eleito o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas da Cidade.
Falando de sua primeira exposição, Guilherme relata a gratificação de conseguir transmitir sua mensagem para a Cidade que tanto gosta. “Acho tudo isso muito gratificante, fico muito feliz. Acho que vou aprender muito com essa exposição. Espero que possa ajudar a Cidade, aqui onde meus pais e grande parte da minha família moram, e que o povo de Itanhaém possa ter um pouco do acesso que eu tenho tido e que ajudar outras pessoas a se encontrarem, a se reconhecerem, a perceberem a própria beleza e a despertarem essa ancestralidade, essa autoestima de si”, finalizou Farpa.
Palavras-chave: cofit, cultura, exposição, museu conceição de itanhaém, secretaria de educação cultura e esportes
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