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Eles gostam de música, são aposentados e também ‘perigosos’
AMIZADE - José Roberto e José Carlos são amigos, curtem rock e tocam guitarra
A Casa da Música é uma das referências artísticas e culturais de Itanhaém, onde diversas pessoas mostram que nunca é tarde para aprender. Exemplo disso é a história de José Roberto Moralez e José Carlos Félix, que ingressaram no curso de guitarra já com os cabelos brancos, provando que não existem limites de idade para a arte. Os dois têm muito em comum, começando pelo primeiro nome, tocam guitarra, curtem rock e são apaixonados pela música. Antes, eles não se conheciam, e foram desenvolver uma amizade dentro do local.
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José Roberto tem 62 anos e, desde cedo, gostava de música, quando teve a oportunidade de tocar piano e guitarra. “Eu praticamente aprendi piano aos 3 anos de idade. Fiz por sete, oito meses, então parei e comecei a fazer aulas de violão. Depois parei de novo, voltei para o piano, de novo para o violão e depois de uns 10 anos fui para a guitarra, quando ganhei meu primeiro instrumento. Tenho ela até hoje. Uma relíquia de mais ou menos 45 anos”.
Ao contrário do amigo, José Carlos Félix, de 61 anos, não teve contato com instrumentos antes de entrar na Casa da Música. “Eu sempre gostei de música, desde pequeno, mas nunca tive oportunidade para estudar. Tinha um violão, mas não tocava nada. Precisava trabalhar, e quando jovem, queria sair, pegar um baile. Meus amigos não tinham pique para formar uma banda.”
Antes de entrar na Casa da Música, José Carlos fez um curso de panificação. “Para não ficar no portão cuidando da vida dos outros, resolvi fazer outro curso”, brinca. Depois, José Carlos resolveu entrar na Casa da Música para tocar bateria, mas resolveu optar por uma guitarra. Foi lá onde conheceu o professor Wilson, que o encorajou e ajudou José Carlos a aprender a tocar.
José Roberto e José Carlos se conheceram logo depois, quando José Roberto entrou no segundo semestre. Desde então, os dois desenvolveram uma amizade e decidiram montar uma banda: “Aposentados e Perigosos”.
O professor de guitarra deles, Wilson Ramos, conta como foi conhecê-los e ajudá-los com a música. “Os dois eram opostos. Um tocava um pouco, e o outro nunca tinha encostado em uma guitarra. O Carlos estava animado com as aulas, mas pela discriminação por conta da idade, não conseguia pegar no instrumento. O Zé Roberto estava com a autoestima um pouco baixa, também por conta disso. Mas eu incentivei bastante eles. Comigo não tem isso, todos são iguais. Montei uma turma com o perfil dos dois, onde foram bem acolhidos e se saíram muito bem. Então, eles resolveram montar uma banda, na qual os dois são os aposentados, e os mais jovens são os perigosos”, brinca.
“Entrei aqui e gostei de conhecer os rapazes. Logo que você chega, eles olham para o seu cabelo branco, e se perguntam, ‘o que esse vovô veio fazer aqui?’. Mas depois você se enturma com o pessoal. As coisas não têm idade na vida. Podemos ter um contato com alguém mais novo, de igual para igual, e adquirir uma experiência maior na vida”, conta Carlos.
Palavras-chave: atividades, aulas, casa da música, cultura, guitarra, musica, rock
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