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Estudantes da Rede Municipal passam em 1º lugar na ETEC
VESTIBULINHO - 64 alunos oriundos das escolas municipais de Itanhaém foram aprovados em três cursos
Em época de vestibular, o foco dos alunos é inteiramente voltado aos estudos, deixando o lazer de lado. É assim até mesmo com os mais jovens, caso de garotos recém-saídos do Ensino Fundamental que tentam vagas em escolas técnicas, como a ETEC de Itanhaém. E dois garotos da Rede Municipal mostraram que é possível passar no ‘vestibulinho’ nas melhores posições: Otávio Rodrigues Bambans, de 15 anos, foi o 1º colocado em Informática, enquanto Fabricio Dakang Wu Zheng, de 14, foi o líder em Administração. Contando com eles, e também com o curso de Meio Ambiente, 64 alunos oriundos das escolas municipais de Itanhaém foram aprovados no processo, e poderão realizar suas matrículas logo na primeira chamada.
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Os dois jovens foram alunos da EM Bernardino de Souza Pereira, onde fizeram parte de um grupo de estudo conduzido pelas professoras Elaine Cristina Martins e Sheila do Carmo Almeida. “A gente realiza esse projeto desde 2009 e, a cada ano, temos mais alunos que ingressam”, contam elas, que realizam as aulas às quartas-feiras, no final do período.
Ambas produzem o material de estudo em conjunto, sendo que Elaine é professora de História e fica com a parte de Humanas; por sua vez Sheila é professora de Matemática e trabalha com Exatas. Mas o grande desafio, mesmo, não passa pelo conteúdo: “Além das aulas, nossa missão é passar a eles a importância deles se dedicarem fora da escola. Já é um desafio atrair adolescentes para aulas que eles normalmente não teriam”.
Por conta disso, as professoras tiveram a iniciativa de criar mecanismos de interatividade. “Indicamos sites, entregamos materiais e também atualizamos uma página no Facebook, chamada ‘Grupo de Estudos do Berna’, para mostrar que as redes sociais também são uma ferramenta de estudo, com textos, vídeos, usando a internet para o conhecimento”, disse Elaine.
“A gente trabalha o psicológico dos alunos, não apenas o conteúdo. O momento da prova é fundamental, a estruturação de como eles devem enxergar as questões, a ansiedade. Muitos têm capacidade de fazer uma boa pontuação, mas não sabem como se portar no dia. Por isso, há simulados com questões de provas antigas e, com isso, a gente monta uma classificação interna. Essa competitividade é importante, eles já sabem que vêm se destacando”, explicou Sheila.
Os alunos aprovam os métodos do grupo de estudos, tanto que se dedicaram e obtiveram resultados expressivos no ‘vestibulinho’. Otávio, que deseja se tornar um produtor musical, fala sobre a experiência: “Vimos alguns conteúdos que não teríamos tempo de ver nas disciplinas regulares. Escolhi informática porque gosto bastante de música e quero me aprofundar em alguns programas que utilizamos para gravar áudios. O computador é uma ferramenta muito importante para realizar trabalhos de qualidade”.
Além do interesse na música – Otávio gosta de ‘rock and roll’ e sabe tocar contrabaixo, guitarra e violão – e do bom resultado para entrar na ETEC, o jovem também coleciona feitos na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), com medalhas ouro em 2015, 2016 e 2017, além de uma menção honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática em Escolas Públicas e Particulares (OBMEP).
Por sua vez, Fabrício também é detentor de resultados expressivos e dá orgulho à sua família: na OBMEP, já levou uma medalha de prata e duas de ouro; na OBA, duas de bronze e uma de ouro. Toda essa bagagem, construída em anos de escola, foi fundamental, mas o grupo de estudos do 9º ano fez a diferença no momento da prova: “Algumas questões de ciências, química, matemática e português foram abordadas na aula e caíram”, admitiu ele, que agora comemora sua vaga.
O garoto, por sinal, estava indeciso quanto ao seu futuro, e levou um ‘empurrãozinho’ da professora Sheila para decidir o que cursar. “No 9º ano, eles chegam a um momento decisivo. Nós orientamos cada um por meio de suas habilidades e o que eles irão estudar. O Fabrício nos buscou, assim como outros, para encontrar a melhor opção para ele”, disse a professora.
O sucesso de jovens como Otávio e Fabrício é um incentivo para os mais jovens, que ainda chegarão ao término do Ensino Fundamental, e já se interessam pelo assunto à medida que veem os mais velhos comentando sobre cursos técnicos e profissões. “É um curso muito esperado. Os pais sempre falam que não veem a hora de ver o filho chegar ao 9º ano para participar do Grupo de Estudos e tentar uma vaga na ETEC. É muito gratificante receber elogios, um reconhecimento do trabalho que as professoras fazem. E não é só um trabalho de conteúdo, tem essa parte psicológica de como orientar as crianças, como se portarem lá fora”, comenta a diretora Renata Gaudino Alves de Siqueira.
Palavras-chave: alunos, educação, escola técnica, etec
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