Praia do Suarão
A Praia do Suarão está localizada no bairro do mesmo nome, trecho assim denominado da Praia de Itanhaém. O bairro do Suarão é um dos mais antigos da cidade. Em 1917, Joaquim Branco visitara, pela primeira vez, o vilarejo de Itanhaém.
Entusiasmou-se pela sua paisagem, clima e motivos históricos, entusiasmo que o motivou e alimentou até o final de sua vida, em 1945. Empreendedor e visionário, propôs logo em seguida, ao Prefeito da cidade, Antonio Mendes da Silva Junior (Totó Mendes), a realização de um projeto urbanístico, uniformizando o traçado da cidade, dando nomes às ruas, protegendo e valorizando os monumentos históricos.
O projeto incluía a abertura de um escritório da Prefeitura em São Paulo, destinado a divulgar e vender terrenos, tendo em vista o desenvolvimento da Estância Balneária. O município – que não dispunha de dinheiro – pagaria seus trabalhos com terras. Terras essas que vieram a constituir o loteamento a que deu o nome de “Vila Suarão”. Por volta de 1925, iniciou-se a construção das primeiras casas: a do Coronel (à rua Itaguaçaba, onde ainda existe), a de Francisco E. do Amaral (que mais tarde passou a pertencer também à família do Coronel) e a do Dr. Peixe Abade, juiz da cidade de Leme, que adquiriu um dos terrenos, junto à praia. Pedro Magalhães construiu um hotel, o aprazível “Hotel, Suarão”, em frente à estação ferroviária, o qual hoje está transformado em Colônia de Férias.
O nome Suarão era a denominação que os nativos davam à região e que o Coronel resolveu preservar. Segundo uma versão, esse nome vem das raízes tupí: çuu, que era o nome que se dava a um animal de grande porte, fosse onça, veado ou outro… e o radical onomatopaico aron, com o significado de “ronco”, “rugido”. Seria pois o “lugar onde o bicho ronca” e Joaquim Branco supunha tratar-se de catetos, ou porcos-do-mato, que eram muito abundantes na região, até há pouco tempo.
A associação ao calor característico do verão, originou, porém, várias brincadeiras com o nome, como se se tratasse de um “suador” superlativo, proporcionado pelo sol de dezembro… Em 1946 iniciou-se um novo surto de investimentos: surgiu o Círculo Operário do Ipiranga, com a construção da igreja local, a compra do antigo hotel e dos terrenos remanescentes, o estabelecimento de um pequeno centro comercial, inclusive com um cinema. Depois, vieram a rodovia e a luz elétrica… Não há nenhuma placa com seu nome nas ruas de Itanhaém ou mesmo de Suarão, pois o Coronel não valorizava tais veleidades.