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Publicado em: 31/05/2017 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:49
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Itanhaense, Benedito Calixto foi um dos maiores pintores brasileiros do século XX

CULTURA - O falecimento do artista completou exatos 90 anos nesta quarta-feira (31)



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Considerado um dos maiores pintores brasileiros do século XX, Benedito Calixto nasceu em Itanhaém e nunca perdeu os laços com sua terra natal. O pintor morou até os 16 anos na segunda cidade mais antiga do país e seu legado está presente até hoje. Nesta quarta-feira (31), o falecimento do artista completa exatos 90 anos.

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Calixto foi um dos responsáveis pela implantação do Gabinete de Leitura de Itanhaém, cuja história foi resgatada pela Prefeitura, em 2011, seguindo as características da arquitetura original de 1896. O atual Espaço Gabinete de Leitura fica na Praça Carlos Botelho ao lado da rampa que dá acesso ao Convento de Nossa Senhora de Conceição. Ainda no prédio original, o pintor proferiu uma palestra em 1922, por ocasião do Centenário da Independência do Brasil.

CARREIRA – Calixto começou a traçar seu destino ainda muito jovem, aos oito anos de idade. Expandiu suas habilidades para as áreas da história e fotografia. Acostumado a registrar paisagens pelas lentes do equipamento fotográfico, se tornou pioneiro no Brasil a pintar a partir de fotos.

O pintor morou em Itanhaém até seus 16 anos, quando sua família se mudou para Santos, onde teve um começo de vida humilde, sobrevivendo da pintura de muros e placas de propaganda. Por convite do irmão mais velho, dos 17 aos 18 anos morou em Brotas, no interior de São Paulo.

Em 1877, retornou a Itanhaém para se casar com sua prima de segundo grau, Antônia Leopoldina de Araújo. De volta a Brotas, continuou pintando paisagens das fazendas locais e retratos de grandes cafeicultores. Em 1881, deixou Brotas para voltar novamente a Itanhaém para o nascimento de sua primeira filha, Fantina. No final desse mesmo ano se transferiu com a família para Santos, onde passou a pintar paisagens nos tetos e paredes das mansões de comerciantes. Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo.

OBRAS — No ano seguinte, Benedito Calixto foi convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos em Paris, onde ficou por quase um ano e frequentou o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa, realizou várias exposições que ganharam destaque durante a temporada de exibição.

Seus filhos Sizenando e Pedrina nasceram em 1886 e 1887, respectivamente. Em 1890, o pintor foi morar em São Paulo, mas sete anos depois voltou ao litoral para residir em São Vicente. Produziu obras importantes que hoje podem ser apreciadas em alguns museus, inúmeras igrejas, associações, fundações e instituições.

Em sua carreira como artista plástico, produziu em torno de 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Entre as telas estão pinturas de marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e religiosas, sendo que estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, cedida pelo Papa Pio XI, em 1924.

O artista ainda escreveu livros que registram com precisão a evolução histórica da Baixada Santista. Títulos como: ‘A Vila de Itanhaém’, ‘A Igreja e o Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém’, ‘Capitanias Paulistas’, ‘Padre Bartholomeu – Voador – E a Sua Época’ revelam sua qualidade como historiador, preocupado em perpetuar a memória de Itanhaém e seus personagens importantes.

MORTE — Faleceu de infarto no dia 31 de maio de 1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no cemitério do Paquetá, em jazigo perpétuo doado pela Prefeitura de Santos.


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