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Publicado em: 22/09/2017 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:29
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Luta e superação: conheça a história de Richard, paratleta campeão de jiu jitsu

ESPORTE - Mesmo sem os dois braços, o jovem tem resultados expressivos na modalidade



Aluno da EM Bernardino de Souza Pereira, no Corumbá, ele conheceu o Projeto Social Brutus pela Paz, que dá aulas gratuitas de jiu jitsu

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Desde que chegou a Itanhaém, a vida do menino Richard Petterson Dias Barbosa, de 14 anos, mudou radicalmente. A superação é a marca de uma trajetória ainda curta, porém promissora: ele não tem os dois braços, mas ainda assim consegue dar um show no esporte e tem conquistado resultados expressivos no parajiu jitsu e até mesmo no jiu jitsu convencional.

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Richard teve uma amelia bilateral, doença congênita (de nascença), e desde então procura levar uma vida comum. O garoto está na Cidade há aproximadamente um ano e meio, juntamente com a sua mãe, dona Érica Dias, de 40 anos. Aluno da EM Bernardino de Souza Pereira, no Corumbá, ele conheceu o Projeto Social Brutus pela Paz, que dá aulas gratuitas de jiu jitsu.

O professor Willian Ambrósio dos Santos, que comanda as atividades, fala sobre o início da trajetória. “A chegada do Richard foi um desafio. O projeto tinha apenas dois meses quando ele veio pela primeira vez. Eu nunca tinha visto uma pessoa com esse tipo de deficiência no jiu jitsu ou até mesmo em outras artes marciais como o judô”.

“Desde o começo, corremos atrás de exemplos similares para ver técnicas que poderíamos encontrar de atletas semelhantes, mas não conseguimos. O Richard é um caso à parte. Adaptamos diversos golpes para ele, que pegou tudo muito rápido, com um jeito fácil de aprender. Hoje, luta de igual para igual com qualquer um nos treinos”, conta o sensei, que comanda as atividades para jovens em terças e quintas, das 19 às 21h30, na Rua Avelino Ambrósio, 443, Corumbá.

Os resultados mostram isso. No ano passado, Richard participou do Guarujá Open e da Liga dos Campeões em São Paulo, e depois obteve resultados expressivos: no Campeonato Brasileiro de Parajiu Jitsu, campeão entre os juvenis e prata no absoluto – quando pessoas que têm diversos tipos de deficiência se enfrentam; no Mundial organizado pela Confederação Brasileira de Parajiu-Jitsu (CBPJJ), que recebeu atletas de diversos países, foi bronze novamente no absoluto e campeão na sua categoria; e recebeu uma medalha por sua participação no Mundial de Jiu-Jitsu Esportivo, contra atletas que não têm deficiência. Já neste ano, ele foi campeão da Copa Thor, em Itanhaém, e ficou em terceiro no Peruíbe Open.

A sua principal vitória, no entanto, veio no aspecto pessoal. Se Richard não possui braços, os seus colegas fizeram questão de envolvê-lo nos seus. “Desde que cheguei aqui, fui muito bem tratado. Parece que todos quiseram realmente me abraçar. Foi muito legal”, diz o garoto. “Antigamente eu abaixava a cabeça, achava que não conseguiria nada. Agora, vejo as coisas de outra maneira. Não sou diferente de ninguém. Se todos podem conseguir, eu também posso”.

Uma das preocupações, tanto do professor quanto da mãe, é com o futuro do jovem. “Os estudos e a arte marcial, em conjunto, certamente ajudarão no aprendizado dele, na disciplina, e ajuda dentro de casa. Tenho certeza que conseguiremos, lá na frente, um resultado muito bom”, afirma Willian. “Eu quero que ele seja feliz, que siga o seu sonho. Se quiser ser médico, advogado ou atleta, não importa. O importante é a felicidade dele”, disse Érica.

Pelo menos no futuro próximo, Richard pretende continuar praticando a modalidade. O próximo desafio é o São Paulo Open, em 21 de outubro, no ginásio do Ibirapuera; e depois o Pan-Americano da modalidade, que acontecerá em novembro.


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