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Publicado em: 05/03/2018 - Última modificação: 16/11/2020 - 13:15
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Professores de universidade do Rio de Janeiro conhecem o Banco de Alimentos

AGRICULTURA - Aldara da Silva César e Marco Antônio Conejero atuam com Estratégias de Combate ao Desperdício de Alimentos



A dupla conheceu o trabalho da coleta que acontece em Itanhaém, com colaboração de estabelecimentos comerciais

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Com o intuito de realizar uma pesquisa no Banco de Alimentos de Itanhaém e conhecer a rotina do local, pesquisadores cariocas chegaram à Cidade nesta sexta-feira (2) para observar o processo de coleta de alimentos que serão destinados às mesas de mais de 15 mil munícipes, além de outras ações ligadas à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. Os professores Aldara da Silva César, de 36 anos, e Marco Antônio Conejero, da mesma idade, atuam com Estratégias de Combate ao Desperdício de Alimentos, tendo a primeira sido contemplada recentemente com uma bolsa para estudar a temática na Austrália.

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Os dois trabalham na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Eles conheceram o trabalho realizado em Itanhaém graças a uma apresentação em Brasília, no Distrito Federal, como parte da I Mostra de Banco de Alimentos em 2016. A iniciativa chamou a atenção dos pesquisadores.

“A experiência daqui reúne duas coisas muito interessantes: uma é trabalhar com agricultura familiar e inseri-los no mercado, com um preço justo; outra é integrar esses alimentos de doação para diferentes usos, principalmente para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Então, podemos considerar como um caso de sucesso, uma referência no país”, disse Marco.

Aldara explica que um dos motivos da realização do trabalho é o de evitar desperdícios, afinal, esta é uma preocupação global. “Quando você se propõe a fazer algum tipo de plantio, você está disponibilizando água, terra, para tudo aquilo chegar até o consumidor final. Quanto menos resíduos você deixar nesse caminho, é melhor para todos, incluindo o meio ambiente. Atualmente, no mundo, há cerca de 50% de desperdício – por exemplo, de cada duas batatas, só uma chega ao consumidor. É um movimento que não tem apenas um causador, precisa da colaboração de todos para ser evitado”.

Com base nisso, eles conheceram o trabalho da coleta que acontece em Itanhaém, com colaboração de estabelecimentos comerciais, sobretudo supermercados. Após esse processo, que é realizado em parceria com a Associação dos Produtores Rurais da Microbacia Hidrográfica do Rio Branco (Amibra), os alimentos são higienizados, manipulados e depois repassados às famílias e sopões comunitários. A dupla também visitou a Feira do Produtor, que acontece em todos os sábados no estacionamento do Paço Municipal – saiba mais. Eles foram recepcionados pela equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico: o secretário-adjunto Jorge Penha; a diretora de Agricultura, Thais Muraro; a gestora do Banco de Alimentos, Luciana Melo; e a gestora do Sebrae Aqui Itanhaém, Cintia Rossi Depieri.

Ainda neste mês, Aldara embarcará para a Austrália, onde fará pós-doutorado na Universidade de New England, em Armidale. O trabalho que ocorre por aqui com as aldeias indígenas do Rio Branco e Tangará – sobretudo a inclusão do Milho Guarani (Avaxi Ete’i) nas escolas, que motivou o recebimento do Prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e à Desnutrição em 2017 – é um dos aspectos observados no comparativo com as ações que ocorrem com as populações aborígenes, por exemplo.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Eliseu Braga Chagas, comentou sobre a visita: “Hoje, o Banco de Alimentos é uma referência em todo o país, servindo como inspiração e modelo para diversas cidades e estados. É motivo de muito orgulho receber professores universitários aqui, ainda mais neste caso, já que eles levarão o conhecimento sobre o nosso trabalho adiante, até mesmo para o exterior”.

“A escolha do Banco de Alimentos de Itanhaém como objeto de estudo comparativo com experiências semelhantes em estruturas similares na Austrália indica que temos hoje uma iniciativa diferenciada e muito efetiva em segurança alimentar. Isso é fruto do trabalho em rede e extrema preocupação, não só com o desperdício de alimentos, mas com a produção de qualidade na agricultura familiar, pesca artesanal e sobretudo a inclusão de comunidades tradicionais, além da garantia do combate à fome”, afirmou a gestora do local, Luciana Melo.


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