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Igreja Matriz de Sant´Anna


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Não se sabe exatamente quando deu início à construção da nova matriz, mas corresponde ao período em que Itanhaém tornou-se cabeça de Capitania (1642 a 1679). O que é certo é que a igreja estava efetivamente em obras no segundo decênio do século XVIII. As igrejas matrizes mereciam por parte do rei de Portugal, como chefe da Igreja Católica no Império Luso, atenção especial, cabendo-lhe assistir o povo nas suas edificações. A matriz de Itanhaém, no terceiro quartel do século XVIII, pouco antes e durante o governo de Morgado de Mateus, passou por profundas reformas.

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A obra, apesar do auxílio metropolitano, é, todavia, realizada com esforço e as possibilidades limitadas da população que, segundo um documento da época, “a puseram nos termos que a possibilidade braçal podia chegar”. Não se concluíra ainda a obra, que se encontrava ameaçada de ruir, visto que “todo madeiramento da capela-mor e o da Torre está podre dos tempos por não estar coberto e falta de dinheiro para pagar pedreiros e, desta sorte, as paredes padecem ruínas não obstante serem de pedra e cal (1769)”.

Apesar das dificuldades enfrentadas, tudo indica que se conseguiu concluir a obra pretendida, obtendo então a igreja a configuração que até hoje possui. Indicações visíveis em suas paredes laterais e outras verificadas na obra encetada pelo órgão de preservação, permite-nos supor, nesta época, que a matriz sofreu alteamento em todo o corpo do edifício, inclusive do frontão da fachada, mantendo a configuração anterior. Antes de finalizar o século XVIII, todavia, a igreja ainda está em obras, necessitando novamente do concurso do povo, o qual é, em 1799, pelo reverendo pároco, dividido em “esquadras para consertar-se a igreja”.

Durante o século seguinte, época em que declinam sobremaneira as atividades econômicas da região, com a descoberta do ouro na região das Gerais, conhecendo todas as vilas do litoral sul paulista em profunda decadência, o abandono e a falta de recursos constituíram fatores constantes de ameaça ao seu patrimônio público. A matriz de Itanhaém, junto com a igreja e o convento franciscano, não escapam a essa situação geral.

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Os “camaristas” de Itanhaém reclamam do esquecimento de que é vítima a cidade e, vez ou outra, obtêm pequenos auxílios que permitem, como ocorreu nos anos 70 do século passado, realizar consertos mais urgentes na igreja. Esta situação não se modifica até os primeiros decênios do século XX. No ano de 1920 deflagra-se em São Paulo – repercutindo depois em outros pontos do país – campanha em prol da preservação de nosso patrimônio histórico. Vários intelectuais e autoridades dela participam. As igrejas de Itanhaém são objetos de interesse dessa campanha. Anos mais tarde (1942), já criado o órgão federal de preservação do patrimônio histórico e artístico (SPHAN), são elas reconhecidas como monumentos nacionais.

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A matriz de Itanhaém possui nos seus altares exemplares importantes do remanescente da arte sacra paulista. A integridade dos altares ficou ameaçada, de um lado, pelo ataque intenso de cupins que ameaçava sua estabilidade. Por outro lado, sucessivas iniciativas de conservação comprometeram as talhas, na sua forma e coloração originais. Foram adotados, em 1992, alguns procedimentos como: imunização integral dos altares que previna contra novos ataques, prospecção para avaliação da resistência mecânica dos suportes e para identificação dos vários tratamentos dados anteriormente aos altares. Descobriu-se assim, indícios de douração e policromia.

Local: Praça Narciso de Andrade – Centro Histórico
Informações: (13) 3422-4029